Saturday, November 26, 2005

Leonor decide lutar

# Postado por Ana

O dia amanhece sem luminosidade, sem brilho...
Leonor acorda cedo e faz uma xícara de café bem forte.
Depois de uma noite praticamente insone, em que escreveu uma longa carta para Alberto, ela ainda tem dúvidas se deve enviá-la ou simplesmente tocar a vida, deixando as coisas acontecerem ao natural.
Senta-se na escrivaninha e, entre um gole de café e um olhar através da janela, relê a carta que escreveu a Alberto. Reconhece em cada palavra um pouco do seu amor e muito da sua desistência.
Será que não está abrindo mão de uma possibilidade de ser feliz com Alberto sem, ao menos saber como ele está se sentindo com a volta de Mariah?
Agora, à luz do dia, tudo parece menos dramático e definitivo. Caminha até a janela e vê os primeiros raios de sol... Sorri, levemente...
Volta à escrivaninha e guarda a carta dentro de uma gaveta.
Lembra do dia em que conheceu Alberto, apresentada por Istiuarte. Desde o primeiro momento aquele homem lhe encantara. Ela trabalhava como redatora num pequeno jornal da cidade e tinha muita vontade de conhecer aquele escritor famoso que raramente era visto por ali.
Passaram a se ver com freqüência. Trocaram confidências, descobriram afinidades e passavam horas agradáveis juntos. Alberto, aos poucos, parecia superar a ausência de Mariah, que havia partido pra o Nepal. Faziam caminhadas pelas redondezas, compartilhavam o gosto pelo cinema e pela música, ficavam horas falando coisas sem importância e Leonor se encantava cada vez mais pelo sorriso, agora mais freqüente, de Alberto. Na verdade se pegavam gargalhando com alguma história ou com alguma trapalhada de Leonor enquanto cozinhava ou brincava com Rufo.
Sabia que Alberto lhe correspondia, de alguma forma. Havia química. Identificação. Afinidades. E ela não iria desistir deste homem assim tão facilmente.

1 comment:

Ana said...

Postado por Elenara

Adorei!
Que maravilha que nesse Tecituras apareceu uma sensibilidade para captar a magia da paixão sentida de Leonor de Las Mercês por Alberto Santiago.
Fiquei encantada com as possibilidades que poderão acontecer daqui para frente.
Com certeza, além de "esticar as canelinha" nas noites calientes com Alberto, Leonor tem "tutano" na cabeça e emoção no coração, qualidades essas que Alberto sempre admirou, desde que a conheceu e que fazem ele relutar muito em abandonar, quando se enlouquece de saudade por Mariah. Ele sabe que Mariah representa o limite, o risco, o desiquilibrio, temas que ele sempre procura abordar nos seus livros, mas ao mesmo tempo sente que precisa desse equilíbrio e serenidade que Leonor lhe presenteia quando estão os dois a conversar, a partilhar os personagens.
Sim! Porque os tipos criados por Alberto, são sempre construidos com a sensibilidade e a irreverência poética daquela mulher!
Quando ele está liberto dos fantamas de Mariah, ele a ama com paixão e se entrega com segurança, prazer e sedução... Tudo o que ele nunca pode fazer com Mariah que estava sempre escapulindo dessa complicidade total para se entregar.
Ela escamoteava, jogava, tecia teias e redes para deixá-lo sempre na corda bamba. Era um inferno!
Talvez tenha sido justamente essa paixão escorregadia que o tenha prendido a ela....E Leonor sabia disso como ninguém!!
No fundo ele sabe onde está a parte que completa o quebra cabeça para a sua libertação.Em Leonor!