Creuzodete, amiga de Serafim Severino, interessada e curiosa por conhecer os motivos do desconsolo de Istiuarte, pergunta se pode ajudar. Ele a olha e nao responde. Serafim Severino, com os olhos, faz sinal para que ela nao insista. Os quatro caminham pelo parque e observam as pessoas que circulam pela noite, naquele lugar. Gaudêncio, um gaúcho de Lavras do Sul, terra muito singular, continua em silêncio. Sua sabedoria o faz calar. Ele pressente que o amigo de Serafim Severino necessita de solidariedade, mas nao de opinioes. Seu problema nao pode ser banalizado com a interpretaçao de pessoas alheias ao seu contexto. Gaudêncio pensa: "cada um com seu cada qual". E caminha lentamente.
A caminhada pelo Hide Park tranquiliza a todos. Pouco a pouco, começam a conversar. Istiuarte, de canto de olho, olha aquela morena que caminha ao seu lado. Neste momento, Creuzodete conversa com Gaudêncio sobre sua cidade, Lavras do Sul. Gaudêncio conta das peculiaridades e dos encantos do municipio em que nasceu. Creuzodete, que havia nascido na Baixada Fluminense, afirma que gostaria de ter tido uma infância telúrica como a de Gaudêncio. Severino tenta falar das praias do nordeste, mas os outros nao permitem. Nao querem entrar na eterna discussao de qual a melhor regiao. Riem, relaxados. Já viveram esta discussao em vários outros momentos. Istiuarte observa os dentes de marfim de Creuzodete, que contrastam com sua pele morena. Ele evita que ela perceba, mas seus olhos admiram a figura bonita dela, com sua maneira de andar e de menear o cabelo. Ele nao consegue desgrudar os olhos da beleza de seu perfil de Nefertite da Baixada.
Thursday, November 24, 2005
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